
Como funciona um consórcio
- Os participantes integram um grupo e contribuem mensalmente com parcelas predeterminadas. Alguns consorciados são contemplados com as cartas de crédito antes do fim do prazo do consórcio. Isso pode acontecer por sorteio ou por lance, e o consorciado recebe o valor total antes de terminar de pagar. No sorteio, vale a sorte. Quanto mais pessoas no grupo de consórcio, menores as chances de levar. No lance, quem tem mais dinheiro para pagar, leva a carta. Assim, se você está em um consórcio de R$ 500 mil e o maior lance é de R$ 20 mil, você pode ser contemplado com a carta de R$ 500 mil e seguir pagando as parcelas programadas até o fim do plano.
- O resgate do prêmio está atrelado à compra do bem. Não dá para entrar em consórcio de carro, ser contemplado, e não comprar o carro. Por isso, há quem venda a carta contemplada ou compre o carro e revenda o veículo.
“Embora seja compreensível que uma pessoa escolha um consórcio considerando se a parcela se encaixa em seu orçamento, é fundamental lembrar que o pagamento do prêmio está diretamente relacionado ao objetivo do consórcio. Portanto, ao optar por um consórcio, é essencial avaliar não apenas o valor das parcelas, mas também como as características e condições do consórcio se alinham com os objetivos desejados.”
Adenauer Rockenmeyer, delegado do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de SP)
Dá para chegar a R$ 1 milhão com consórcio?
- Acumular patrimônio até atingir R$ 1 milhão com consórcio exige disciplina e estratégia. Francis, do Mycon, ressalta esse ponto. A disciplina consiste em pagar as parcelas em dia para poder ter acesso ao dinheiro caso seja sorteado, ter recursos para poder dar lances e adquirir a carta de crédito antes do prazo final e saber reinvestir o recurso alcançado. Em caso de consórcio de imóveis, dá para comprar uma residência e revender.
Uma estratégia muito usada por investidores é a alavancagem por meio do consórcio. Eles adquirem cotas de imóveis planejando a valorização do bem no longo prazo. Após a contemplação, o crédito pode ser usado para comprar um imóvel que pode ser alugado ou revendido com lucro. Com o tempo, a repetição desse processo pode gerar um patrimônio milionário.
Francis Silva, CFO do Mycon
- A carta contemplada ou a cota podem virar entrada em um financiamento ou serem reinvestidas em outro consórcio. Se uma pessoa faz um consórcio de carro, por exemplo, mas não tem interesse em adquirir o veículo e prefere ficar com o dinheiro, ele pode vender a carta contemplada. Em geral, a venda ocorre por um valor maior do que foi pago. Para acumular patrimônio, esse recurso tem que ser reinvestido. E quem compra uma cota de consórcio em andamento adquire também maior probabilidade de ser sorteado antes de terminar o pagamento do plano.
Venda de carta ou cota
- Lucro de até 30%. Quem é contemplado no consórcio pode vender a carta premiada e ganhar até 30% em cima do valor que pagou. A estimativa é do Francis Silva, CFO do Mycon. Segundo ele, isso ocorre especialmente se tiver demanda por crédito imediato no mercado, ou seja, em situações em que está caro obter outras formas de financiamento.
- A venda pode ser para qualquer pessoa. A transação deve ser validada pela administradora do consórcio. Algumas administradoras de consórcio têm grupos ou ambientes de vendas de cotas, o que pode facilitar o negócio.
- Para quem vende, a vantagem está em recuperar o valor investido e ainda obter lucro. Podemos citar como exemplo uma carta de crédito de R$ 500 mil para compra de imóvel, em que a pessoa que aderiu ao consórcio já pagou R$ 150 mil e foi contemplada. Ela poderá vender essa carta por R$ 200 mil, ganhando R$ 50 mil em cima (retorno de 33% sobre o valor).
- Para quem compra, a vantagem é evitar juros de um financiamento e ter crédito mais acessível. No exemplo acima, o comprador recebe um crédito de R$ 500 mil pagando R$ 200 mil, e assume as parcelas restantes do consórcio. Com a carta de crédito, ele poderá adquirir o imóvel sonhado no ato, e assumir as parcelas restantes que tendem a ser mais baratas que um financiamento.
- Nos dois cenários, vendedor e comprador podem usar o negócio para alavancar patrimônio. Quem lucrou R$ 50 mil pode reinvestir o dinheiro em outro consórcio, por exemplo. Quem comprou a casa pode fazer melhorias e vender mais caro ainda.
- O mesmo pode acontecer em casos de cartas não contempladas. Neste caso, o vendedor oferece como ativo o tempo de participação no consórcio: quando mais tempo dentro de um grupo, maiores as chances de ser contemplado.
Fonte: https://www.uol.com.br/